Ele quer saber de quem foi, mesmo não sabendo como foi 2a7147


Como ponta esquerda, parte dos nossos treinamentos, ao longo da carreira, era receber uma bola na linha de fundo e cruzar para grande área. Um pouco depois da bola ser lançada, partiam os centroavantes. Um de cada vez, para calcular o tempo, a altura e a velocidade da bola com que concluiriam a jogada.

Nos jogos, havia uma outra dificuldade para eles, centroavantes: calcular a linha dos zagueiros para não ficar impedido.

Nesse vestibular, foram poucos os que foram aprovados. Uns chegavam antes, outros se atrasavam, e a maioria concluía para fora. Tem que ter o domínio do chute, o tempo da bola e a precisão do cabeceio.

Aí, separados eram os meninos, que ficaram pelo caminho, dos homens, como Flávio, o Minuano, Nunes, Manfrini e Luizinho, que guardavam nas redes os cruzamentos nem sempre realizados com perfeição.


Ontem, Bruno Henrique fez este trabalho de ponta. E foi exaltado, considerado o melhor em campo, como se o gol fosse todo dele.

Pouco elogiado foi o centroavante que acompanhou a jogada e calculou tudo direitinho. Não se impediu e se jogou para alcançá-lo no tempo certo.

Pra quem não jogou bola, como Luiz Roberto, foi mole a conclusão, qualquer criança o faria. E assim ele narrou : Sabe de quem?

Pedro, respondemos. Uma pena que ele não alcançou o tamanho dos fundamentos necessários para colocar aquela bola no fundo das redes.

Ele vive querendo saber de quem foi o gol, mesmo não sabendo como quem o fez para decidir a partida.
E o Roger e o Caio, um que cansou de cruzar para o outro concluir, nem aí para exaltar o talento decisivo de quem realmente decidiu.

José Roberto Lopes Padilha

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