Tinha uma Rayssa no meio do descaso 30544a



No meio do descaso tinha uma fada

Tinha uma fada em meio ao descaso

Surgiu uma fada, do Maranhão

No meio do caminho a Tokyo

Tinha uma Rayssa

Aos 13 anos, em meio aos entulhos, abandono e lixo que deixaram como legado olímpico

Surge uma esperança, como contraponto

Aos desgovernos que vivem

A subestimar o valor do esporte

É bom lembrar quando foi erguido

O Parque Olímpico para as Olimpíadas do Rio

Após o evento, essa era a promessa

Programas esportivos seriam implantados.

E massificados.

Os mais capacitados seriam priorizados

Levados ao alto rendimento

Entregues aos professores de educação física, ex atletas, na busca de reverter o quadro do descaso

Da busca imerecida de quem quer colher medalhas

Onde sempre plantou falta de investimentos e de oportunidades

A terminar com essa eterna angústia

De ocupar míseros 36* lugar

Entre os países que mais levaram

Medalhas olímpicas para casa

Como se o brasileiro não amasse o esporte

ados quatro anos, nossos atletas

Continuam a se reinventar, se superar.

Treinam nas ruas, correm na terra,

Pedalam nas estradas, depois do trabalho

No escuro e sem verbas

Porque tamanha incompetência permitiu

Serem fechados ginásios, cobertos de pó

Parques Aquáticos

Abandonadas as quadras, as plataformas que a Juliana Veloso saltava toda Olimpíada

Por todos nós

Triste é ver, para subir sua audiência,

O desespero dos repórteres da TV Globo

Em encontrar outra heroína

Como essa menina

Vai aparecer outro remador, um judoca

Uma Rebeca para distrair o Congresso

Iludir o Senado, poupar a Presidência da República

De todos os poderes exercerem sua hipocrisia

E continuar a defender a tese

De que o nosso esporte

Está no caminho certo.

Por José Roberto Padilha
Imagem: Reprodução

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